Há sempre algumas pilhas de livros sobre a minha mesa de trabalho porque sou dessas leitoras inquietas que, salta de livro em livro — romances, poesias, novelas, crônicas, contos — tudo depende do momento que a pele atravessa.
Há também os livros que chegam — inacabados-rasos-rarefeitos, raramente prontos — através do correio eletrônico… e os que são entregues em mãos por algum humano atrevido-abusado que quer a minha opinião. A maioria espera uma análise positiva… que afirme sua condição de escritor.
O curioso é que na infância, quando questionada — o que vai ser quando crescer? — uma criança dificilmente diz: escritor. Escolhe-se as engenharias, as medicinas ou o Direito. Algumas pensam em ser astronauta, outras cientistas malucas. Raramente dizem: escritor. Eu mesma, não me lembro de ter ouvido essa resposta na turma da qual fiz parte, aos sete anos, quando o questionamento foi feito. Eu disse sem pestanejar: quero ser marinheira… e ouvi o riso crescer solto-alto pelo espaço da sala de aula.
Pois bem, segue-se a vida e uma vez Advogado, a pessoa se senta diante do notebook e escreve o seu livro porque escrever não é profissão… é um hobby para horas vagas.
Li certa vez que não se é escritor porque se quer, mas porque se pode. Eu respirei fundo para não dizer meia dúzia de impropérios. Do lado de dentro, no entanto, conjuguei todos os verbos no futuro do subjuntivo…
Há muitos livros nas prateleiras das livrarias de pessoas que decidiram que a pele de escritor… lhes servia. E até vendem porque, infelizmente, nem toda pessoa é um leitor. Todos nós aprendemos a juntar as letras, mas isso não quer dizer que sabemos ler.
Das polêmicas que surgem e eu coleciono…

Pois é, eu me lembrei da primeira vez em que comentou em meu bloguinho extinto. E comentei com o meu marido, Lunna comentou. Eu sabia que visitava e lia, mas não dizia nadinha. Mas, naquele dia disse e eu só conseguia pensar, escrevi um texto que a tocou. O que será que eu fiz? Como foi que isso aconteceu? Até hoje não sei. Mas adoro quando diz algo sobre o que escrevo. E já lhe envie livro meu, mas não para saber a vossa opinião, apenas para saber-me em tuas mãos.
baci
Da minha parte, só posso dizer que não sei se teria coragem de te entregar um texto meu. Já achava o máximo tê-la como leitora do meu blog. Entregar um calhamaço não seria abusou ou atrevimento, um ato de loucura, provavelmente.
Adorei o texto, voltou a escrever afiada, hein?
bisous
Oie!
Bem, já papeamos acerca desse post que eu ‘gostei imenso’ (tomei liberdade pra usar sua expressão costumeira porque eu também gosto dela e a junção agora, sempre me lembra de você).
Eu já fui da louca que te mandou texto, mas ainda bem que meu bom senso queria opinião sincera, aliás, é o que sempre espero de qualquer pessoa, leitora ou não leitora.
Essa ideia de não associar crianças com ser escritor é mesmo tão forte, me lembro de pessoas dizendo que eu tinha ‘cara de advogada’ ou mesmo que se eu gostava de escrever, devia escolher algo como jornalismo… rs É cada uma, né!? Vai ver que eu acreditei nesse lance da cara e por isso cursei Direito… rs
xoxo
Rê
Concordo!!!
Simples assim!!!
Abraços
Crianças são essências de nós ainda quase sem mordaças ou vendas, mas a vida vai cortando aqui, esticando ali e cada um reage de um jeito a esse processo. Para sorte ou azar, alguns resistem e mantém dons e necessidades em paralelo, ou até quando “um arrasta o outro”, parecem aprender a serem movidos a frustração ou necessidades e essa obstinação é admirável, mas nem sempre admirada.
Abraços