Encontrei no acaso do próprio acaso… a minha antiga agenda colegial — ferramenta habilidosa para se organizar e adquirir disciplina na lida com os afazeres, que se multiplicavam de um dia para o outro em meu tempo colegial.
Eu tinha — em meus dias de estudante — o estranho hábito de fazer listas… coisa que hoje é impensável-impraticável. Talvez por isso tenha me espantado ao me deparar com a tal ‘novidade’ imediatamente na primeira página.
Tenho medo {aos treze anos}
- Do som das multidõesDo sol do meio dia
- De pessoas enfurecidas
- Do menino bobo do segundo ano (o mais bonito, o mais forte, o mais seguro de si, o mais desejado pelas meninas… o mais, nunca menos) urgh
- De não ter tempo de chegar a última página do Romance do dia. (estou a ler orlando de Virginia Woolf)
- De ser reconhecida nos lugares onde passo.
- De ficar igual a minha tia (física e mentalmente)
- De formigas vermelhas
- Do som do telefone na madrugada
- De não conseguir calar a minha voz e dizer tudo que penso e sinto a alguém.
…e lá se vão mais de vinte anos! — e eu confesso que senti uma enorme paz em me deparar com todos esses medos menores. Do menino do segundo ano — do qual não me lembro. Nem mesmo com grande esforço. Das formigas vermelhas, que viviam em nosso jardim… e que na infância ‘devoraram’ o meu pé. Era o espaço delas entre as margaridas {minhas flores favoritas até então}. Gostava de me enfiar entre elas e sentir aquele aroma sutilmente adocicado. Não havia aviso que ali era o ‘lar doce lar’ das benditas formigas vermelhas. Eu pisei, sem saber, num monte fofo de terra e depois disso só me lembro da forte dor que cresceu perna acima e me paralisou completamente. Voltei a mim apenas no dia seguinte… na cama de hospital. Tinha entrado em choque. Ganhei uma pulseira de identificação onde se podia ler: ‘alérgica’… com a minha cor favorita: o vermelho. E o conselho do simpático ‘doutor’ que me acompanhava desde que eu conseguia me lembrar: ‘fique longe de formigas e abelhas, bambina‘. Uma simples picada poderia me matar. Desde então, fujo-evito, as não escondo a admiração que sinto por esses seres incríveis em suas sociedades organizadas, ao contrário da nossa…
Não tenho medo de formigas e abelha, apenas a consciência de minha insignificância e precariedade diante da sutileza de seus ferrões. Tenho medo é de multidões, do sol do meio dia… e acrescento, do verão tropical — porque meu corpo não se acostuma a essa brasa que faz arder o chão, o ar, a vida, a realidade e tudo que toca.
Mas, eu removeria alguns itens ali. Sinal de que algo mudou — em mim… ou no mundo.
Mas e você, tem medo de que?
Do que eu tenho medo??? Poderia dizer de dentista, de filmes de terror, das pessoas (elas podem ser má e não precisam tocar em você para te machucar), mas parando para refletir tenho medo de perder a minha filha, meu bem maior…Sabe que me dei conta disso agora…É esse é meu único e real medo…
Abraços
Gozado que os medos vão mudando conforme a gente vai conhecendo o mundo (e a nós mesmos). Hoje eu tenho medo de doença e da morte de gente querida. De dor.
De montanha russa. De ser um fardo. Dw perder a memória. De ñ ver graça e encanto nas coisas. Só medos de adulto já entrado em anos…
Também tenho medo do telefone na madrugada.
Que post mais fofo! Eu senti uma paz ao ler sua lista! E imagino que você também!
Ah, eu acho que não sou alérgica, mas também tenho medo de formigas vermelhas. Elas são enormes. rs
Oi querida
Eu acho que minha lista aos 13 ficaria muito parecida com a sua. Tirando as formigas e a tia…não sou alérgica…
Fui uma menina precoce e apaixonada por livros. Daquelas que ia (e ainda vou) tropeçando nas coisas, andando com o livro nas mãos, andando e lendo ao mesmo tempo…aos 13 li Pássaros Feridos, que é meu livro predileto ate hoje. Que orgulho senti ao ler aquele “livrão”, de adulto, ainda menina, mas ja me sentindo tão madura.
Medo tenho vários e o do telefone na madrugada ainda me apavora
Amei te texto, como sempre. Você foi um dos grandes presentes do BEDA! Sei que sempre terei escritos deliciosos por aqui
Obrigada pelo presente
Bjks mil
Eu adoro encontrar coisas antigas que escrevi e ver como eu pensava antes. É muito divertido. Ainda mais no tempo do colégio. nossa.
Às vezes, a gente pensa de um jeito ou sofre por alguma coisa boba… e anos depois, nada daquilo importa. Sinal de que realmente o tempo cura tudo, ou pelo menos a maioria das coisas. Alguns dos nossos medos perduram ou evoluem também, bem como os seus.
Mas, eu ainda tenho medo do escuro. rs
Gostei muito do seu post
Olá, nossa, eu me identifiquei muito com esse post, e até hoje tenho medo do telefone de madrugada, geralmente são notícias ruins…
Formigas vermelhas, meu Deus, como dói a picada. Me lembro bem disso, da aflição. Chorava compulsivamente uns dois dias depois. rs
bj
Tenho medo do ser humano e suas falcatruas que eles fazem maldosamente para nos prejudicar. Medo de perder minha mãe que um dia irá partir e isso é fato. Medo de ladrões invadirem minha casa em plena madrugada e fazer mal a mim e minha família e medo de não poder mais conquistar as coisas que desejo.
Oiee!!
Gostei dessa lista, trazer os medos de 13 anos kkkk nem lembro doss meus direito. Acho que medo de escuro, de ficar sozinha,, medo de acontecer alguma coisa com os meus pais…
Beijos
Ahhhh que lista legal. E que triste vc ser alérgica a formiga e quase morrer por conta delas 😕
Eu tenho medo do escuro e de ficar sozinha muito tempo em algum lugar, fico logo agomiada.
Que bacana, Lunna! Eu também tinha minhas anotações e listas e é incrível como o tempo muda muito das coisas, entre eles, nossos medos.
Mas, confesso, que ainda hoje tenho medo de dentista, do escuro e de injeção kkkkkkk.
Bacio,
Eu tenho medo de qualquer bicho que tenha ferrão, de fantasmas, de ficar sozinha (literalmente) no mundo. Mas, muita coisa mudou desde os meus 13 anos que já vão longe… mas esses medos por mim citados, permanecem em mim até hoje.
Baci menina Catarina
Oi, Lunna…
Lendo-te também me lembrei de coisas minhas, nessa idade… Uma pena que não guardei, nem guardaram nada pra mim. rs
Tudo meio que se perdeu. Eu não era de ler nessa idade, muito menos de escrever coisas produtivas, mas eu tinha um diário que seria muito legal tê-lo em mãos hoje, só para revisitar alguns pensamentos e sentimentos daquele momento da vida. Enfim…
Medo? Tenho vários…
Não saberia nomear um, apenas. Eu até acho que devo ser a pessoa mais medrosa do universo. E isso é bem irritante, às vezes… rs
Beijos
Oi Lunna, td bem contigo?!
Gostei muito muito muito do seu post. Do modo como colocou os seus medos lá nos treze anos. O fato é que a gente muda tanto e, às vezes, nem percebe.
E pensar que os nosso medos eram coisas tão mais simples ne? A vida era mais simples… Menina e sua alergia? Nossa morro de medo, é algo muito sério e principalmente com abelha nunca da pra saber =/ E acho que o ‘se calar’ bom, acho que não é um motivo pra medo sabe? Eu acho super incrível que fala o que realmente pensa e não fica guardando, são poucas as pessoas que tem essa coragem ^^
Nossos medos mudam, mas seja quais forem os seus no momento, nunca deixe que te impeçam de nada ^^
beijos linda!
Oie então tenho medo de varias coisas e um deles e fala em publico, medo da noite, eu tenho pavo quando começa a escurecer o dia.
Olá ♥
Amei, é meio engraçado como quando mais novas temos medos bobos. Acho que um dos que compartilho(ou compartilhava com você) é o medo do som do telefone de madrugada, nunca é coisa boa
Tenho medo de ficar sozinha no mundo, sem aqueles que amo, acho que esse é o meu maior medo no momento.
bjo
Sem querer parecer reducionista e já sendo, tenho medo, mesmo, de mim…