Ao ler esse post, nesse domingo de cores estranhas… me lembrei da viagem à Berlim e do ambiente novo que encontrei por lá. As pequenas Editoras estavam a dar oportunidade a escritores que dificilmente conseguiriam ser publicados… o que me levou de encontro as discussões acerca das grandes Livrarias e seus projetos ambiciosos de apostar no que vende. Tudo começou no país do consumo (EUA) e o Brasil — like always — seguiu o modelo, fadado ao fracasso. Não precisava ser adivinho para saber o destino dos gigantes. Era uma questão de tempo… assim que a novidade fosse devidamente degustada, o modelo se esgotaria.
Me lembro de assistir ao filme you´ve got a mail — no distante ano de mil novecentos e noventa e nove — quando ainda nem pensava em navegar por águas literárias —, e me incomodar com a pequena livraria ser devorada pela gigante Fox books. Nora Ephron se antecipou ao desfecho dos pequenos livreiros, que foram engolidos um a um.
E, vinte anos depois… os gigantes — feito peças de dominó — começaram a cair. No Brasil, a crise atingiu em cheios a Livraria Cultura e a Saraiva, afundadas em dívidas e atrapalhadas como um modelo de gestão impossível encarou a “pior crise do setor”.
Mas, o que se viu depois disso, foi o ressurgimento dos pequenos projetos, que começaram a pipocar aqui e ali… com seus ambientes intimistas e acolhedores porque o livro não pertence a grandes cenários. Sempre foi objeto de quartos-saletas-cantos. O leitor é um apaixonado por páginas, que busca o contato com iguais, para debater personagens, histórias. E o livro é um objeto de desejo que não pode ser visto como mero produto com um código de barras, que indica seu lugar na prateleira.
Quando o jornal Guardian pediu aos seus leitores que apontassem suas livrarias favoritas… algumas características predominaram: ambientes menores, com espaço para cafeteria, ambientes para leitura, uma boa música e pequenos lançamentos, permitindo a interação do leitor com seus autores porque leitores há… mas, são exigentes e podem não ser tantos quanto se desejariam, mas é preciso tratá-los como raros.
25 | A volta das pequenas livrarias

Que interessante seu post. Trouxe informações novas que eu não tinha conhecimento. Sempre achei que a crise da Saraiva e a da Livraria Cultura tinha a ver com a internet e a ascensão da Amazon e também serviços de streaming.
Mas eu realmente nunca fui pesquisar a fundo. Confesso que eu adoro livrarias físicas. Sempre que passo por uma, eu encontro algum livro interessante que não encontraria em uma loja virtual porque geralmente entro nelas já sabendo o que adquirir. Eu gosto dessa coisa da descoberta.
Parabéns pelo texto :3
Oi Garoto de outro Planeta. Gostei. Aqui e á Lua Nova. Tudo bem?
A Lu já tinha escrito um texto bem legal (antes desse) sobre a crise dos gigantes e falava que o problema não era a Amazon e sim o estrago feito por essas grandes livrarias. Eu não sei onde ela publicou. Mas eu também pensava que o problema eram as vendas on lines, como você até ler esse artigo.
beijocas
Que legal! Pode me passar o link deste artigo? Fiquei curioso
“porque o livro não pertence a grandes cenários”.
Perfeito. É isso mesmo.
Oii! Aqui na minha cidade somos bem pobrinhos nesse sentido. Uma pena! Entretanto, das poucas livrarias que temos (bemmm poucas!), duas ousaram e fizeram um cantinho de café maravilhoso, que até dá vontade de sentar e ficar o dia inteiro! Super valorizo esses espaços aconchegantes e acolhedores! Espero que aos poucos isso de fato possa crescer! A ideia é ótima!