Janeiro sempre me convida a andar e sometimes me surpreende com seus múltiplos cenários e espaços inusitados.
Baudelaire disse “as cidades mudam mais depressa que a alma dos mortais“… e sempre que saio às ruas, levo comigo essa frase na pele… para manter o olhar atento-disciplinado e para que nada me escape…
01 — gosto de ficar a casa, com os pés enfiados em meias e o corpo refugiado em pijamas de flanela, os olhos preso as páginas de livros e os lábios umedecidos por beijos e goles de chá-café…
“a rua ia gritando e eu ensurdecia”.
02 — sair para andar ruas e encontrar amigos que apreciam diálogos e cafés… em janeiro é uma delícia andar as calçadas largas da Paulista no final da tarde e passar em uma Starbucks para encontrar e ser encontrada…
“as persianas abrigam certas luxúrias”
03 — Domingo pela manhã e você sai para andar as ruas do bairro… entra no metrô e muda de bairro e enquanto caminha, de repente, esbarra no outono, como se a cidade quisesse manter-se fiel as falas de seus transeuntes “em São Paulo, a gente vive as quatro estações do ano dentro de uma mesma hora“…
“Farejando em cada canto os acasos da rima
Tropeçando em palavras como nas calçadas”
04 — O Masp é esse lugar sagrado para o meu corpo-memória-alma… gosto imenso de andar seu espaços, galgar seus degraus, observar suas formas e me misturar ao que suas paredes exibem. Em tempos contemporâneos em que a Arte esbarra na ignorância de cada um, que tenta pontuar o que é ou não é Arte a partir de seus umbigos… as exposições no Masp é um pouco de ar puro nesse cenário poluído.
“em cidades e campos, telhados e trigos
Exercito sozinho essa absurda esgrima”
05 — Faz tempo que o caminhar me permite higienizar a mente… calar a voz e arrumar a bagunça da casa-corpo. Esvaziar gavetas-caixas… ler antigos textos e passar a limpo lembranças. Jogo muita coisa fora e me deixo tocar por tudo que a cidade oferece… porque escrevo enquanto ando porque vou na mesma direção que o grafite no papel.
“paisagem feita de um sem-número de vidas”
06 — Não importa quantos espaços eu percorra e eu sei que me perco… saio uma e volto outra. Chegar é sempre um verbo bom de se conjugar, tanto quanto voltar. Há festa do cão, do homem-menino e da minha alma, que sabe que casa e corpo são uma mesma matéria…
“deem à cidade um pouco do vosso amor à paisagem”
Também foram por aí…
Darlene Regina — Isabelle Brum — Lucas Buchinger
Mariana Gouveia — Obdulio Nunes Ortega
Que lindooooooo
Grazie pelo seu olhar, carissimo
😉👍
Voltar, de alguma maneira, é a melhor parte de andar por aí… A saber que nunca voltamos os mesmos.
Não sei… nunca refleti a respeito. Mas, como amante do processo, não creio em melhor ou pior, apenas em experenciar tudo. rs
Seu 6 on 6 é lindo! Além de ter uma sensibilidade ímpar para os escritos, tens para as fotos!
São Paulo fica mais bela através do seu olhar!
Beijos!
Grata cara mia… eu amo essa cidade e todos os seus insanos movimentos. Nos dependemos. rs
♡
Caminhando e arejando a mente. Perfeito!
sempre, minha cara… a escritora que eu sou precisa de todos esses movimentos para suas linhas. rs
bacio
Amo caminhar! Mas ultimamente ando correndo…
Abraços
Ah, eu sempre caminho… não tenho pressa para ir, até porque nunca gostei de correr. rs
bacio cara mia
Lindas fotos, e os textos complementam muito agradavelmente cada uma … a número 5 foi minha preferida, lindíssima foto!
Ah, é uma das minhas favoritas, meu caro. Adoro dias de chuva e as poças, folhas.
bacio
Andei por ai, por esses caminhos, esse chão. Grazie por me permitir viver isso!
Uma delícia ler isso, cara mia… sempre muito bom saber-te em minhas andanças ontem-hoje-amanhã… bacio
Amei seu 6 on 6 e estou muito feliz em estar participando desse projeto com vocês! Ancioso por fevereiro.
Amei as fotos ❤
Gostei imenso de tê-lo a bordo desse projeto… já estou a pensar no próximo desafio!
Uau, Lunna. Sensacional seu post, suas fotos inspiradora e seu texto que transpira poesia e prosa (e arte!) na medida certa 💕
Ah, cara mia… a poesia é coisa da menina doida que eu sou-fui-serei… grazie pelo olhar