É setembro em São Paulo e em diversos lugares do mundo… ao menos é o que diz o rodapé do calendário impresso na primeira página da minha agenda.
No calendário gregoriano, inventado pelos cristãos-católicos — a quem o mundo, estranhamente, se rendeu —, o mês de setembro é o nono mês do ano… mas, não combina! É coisa fora do lugar…
Setembro para mim é Septem (latim) porque no velho calendário romano — em desuso desde que Gregoriuns inventou outro calendário — o ano começava em março… e não havia julho e agosto, meses que foram criados em homenagem ao Cônsul romano Júlio Cesar (Julho) e ao Imperador Augusto César (Agosto)… o que fez com que setembro fosse adiante — empurrado feito mobília velha —, convertido no nono mês do ano. Mais uma maldita imposição romana…
Na Grécia antiga, Setembro era chamado Boedromion… embora em muitos estados gregos, fosse conhecido por Demetrion, por ser o mês dedicado a Demeter — Deusa da terra cultivada e das colheitas. Muito mais interessante… e ainda assim eu prefiro o Septem… porque quando eu penso em setembro… eu vislumbro os dias a partir da grafia e percebo o grafite marcando o papel: três vogais e cinco consoantes.
Se bem, que nesse ano marcado pelos não-acontecimentos, eu ainda não sei para onde foram os dias-semanas-meses. Onde se esconderam ou por qual ralo escorreram?
Risco um a um os meses do calendário… mas eu continuo presa a esse ontem que insiste em não amanhecer. Estou em suspenso! Não fui e não voltei. Não parti e tampouco cheguei.
Sinto-me como se estivesse a soprar achas velhas — sem conseguir fazer o fogo pegar. Imagino a madeira vermelha… a arder e, por um instante, me esqueço de tudo… e escrevo — por escrever somente —, como se fosse a minha última porção de ar.
A realidade não desisti… e volta aos olhos: praias cheias, festas nos apartamentos vizinhos pessoas sem máscaras a ocupar as mesas dos cafés entre esquinas. E a pergunta que se repete no minha boca: já acabou a pandemia? Os números seguem anunciando mortes que poderiam ser evitadas se fôssemos uma versão melhor de nós mesmos, como disseram lá no começo de tudo isso… que seríamos.
É a maldita acha velha, sem efeito… para o qual olho enquanto repito o mantra escolhido para esse dia: é setembro! E depois de amanhã será Primavera… para os que restarem de nós!
É setembro no calendário da minha agenda…

Mal reconheço a sequência de meses. Com frequência, me confundo, sem saber em que tempo estou. Tenho me fiado muito mais no movimento do sol no horizonte para me certificar da passagem das marcas no calendário. Como um prisioneiro, risco os pauzinhos, a espera da liberdade.
Eu tenho enfrentado dificuldades com o tempo, mas estou tentando me ater a realidade dos dias, dos afazeres e menos atenção aos notícias e aos números. Nem sempre consigo. rs
Mesmo porque você usa a realidade até como tema de trabalho, né? Aliás, todos os dias não tem surgido apenas um “recorte”,as um verdadeiro mosaico.
Estamos vivendo um momento muito estranho. Falta empatia, responsabilidade,… Bem, é o resultado da escolha de cada um, que achava que tinha o poder da razão. Estamos no coletivo sem rumo.
Infelizmente estamos nesse coletivo sem rumo, como você muito bem disse. Mas vamos sobreviver, ao menos alguns de nós.
bacio
Ano atípico e diferente de tudo que passei. Vamos seguindo devagar, até quando? Não sabemos.
É minha cara, esse ano está insano… mas vamos em frente. Bacio
Sempre que chega setembro, fico aliviado, pois é sinal que o inverno que não gosto de forma alguma está partindo, graças a Deus!!! Agora tudo fica com mais cor e vida.
Bacio
Sou o contrário, meu caro… porque eu não sei viver no forno tropical, não. Sinto vontade de migrar para um lugar frio porque o verão tropical é fornalha. rs
Tenho uma implicanciazinha de leve com setembro, porque marca o fim do meu amado inverno. Por outro lado, como boa amante da natureza que sou, celebro a vida que se renova na primavera. Embora essa renovação não me pareça estar acontecendo no momento. Concordo muito com você, também me sinto meio presa ao ontem. Eu que sou a rainha do planejamento também não sei onde foram parar os dias… quanto a pandemia, não tenho mais saúde mental para discutir esse assunto. Tenho pensado que a pandemia acabou e esqueceram de me avisar, porque parece que está todo mundo na rua, menos eu.
Não avisaram a você e nem a mim, viu?
O movimento das pessoas nas ruas, praias, a falta de máscaras, tudo isso me dá muita revolta, infelizmente as pessoas não aprenderam nada, a inexistência de empatia impera. Quanto a setembro pra mim é um mês meio apagado, não gosto porque marca o fim do meu querido inverno. O único ponto que o faz ter uma pequena relevância é que me lembra da proximidade do meu aniversário, fora isso realmente setembro não me cativa.
Sinceramente eu não sei o que há com as pessoas. Não entendo e já desistir de buscar respostas porque me causa preguiça esse comportamento insano. É mais viral que o próprio virus. rs
Parabéns pelo teu aniversário, que seja um ano novo melhor e menos louco.
bacio
Nossa Luna fiz essa mesma pergunta lá no blogue, acabou a pandemia??? Adorei conhecer a histórias dos meses (irei procurar mais), adoro setembro, na verdade adoro todos os meses…
Abraços
Pois é, as pessoas se comportam como se estivesse tudo certo, sem problema ou vírus.
Eu continuo trancada e só saio se não tiver opção.
bacio
Apesar de Setembro ser o mês em que comemora-se Ostara, fico triste pois marca o final do inverno e já vai batendo uma saudade imensa dos dias frios, porém, neste ano atípico, quente ou frio, tanto faz, pois estarei trancada em casa, esperando que a pandemia acabe…
Beijos
Nem me fale em saudade, até porque eu nem dei pelo inverno. Ele passou por aí? Aqui tive qualquer coisa de dias frios e olha lá… bacio
Menina, como assim chegamos em setembro e ainda não acabou essa pandemia?! Eu lembro que quando tudo começou eu tinha certeza que em setembro as aulas teriam voltado, tudo estaria o mais normal possível mas, infelizmente aqui onde eu moro fechou tudo novamente e aumentaram os casos de corona.
É minha cara, cá estamos nós em outubro e nada… mas somos os responsáveis por isso, direta ou indiretamente.
bacio
A deusa Demeter é talvez a minha favorita; pelo menos o mito dela e da sua filha é! Vivemos tempos tão estranhos e, como humanidade, estamos a aprender tão pouco. Nem empatia, como já foi referido, nem respeito pelo outro. Demeter ensina-nos a não perder a esperança: ciclicamente tudo melhora. Oxalá!
Sinceramente, minha cara… acho que a humanidade falhou feio mas, espero que ainda dê tempo para aprendermos. As vezes, no entanto, eu observo a realidade local e parece que não há disposição para isso.
Vamos torcer para que Demeter esteja certa e que tudo melhore.
bacio
Nossa, não sabia sobre todas essas peculiaridades do calendário que vivemos! E essa pergunta sobre a pandemia é pertinente, pois vejo que grande parte da população parou de levá-la a sério. Torço pra não rolar uma segunda onda forte desse vírus, apesar de ser bem provável…
Amei o seu texto! ❤
Eu também espero que não venha a tal da segunda onda, que já atingiu a Europa. A coisa esta péssima por lá.
E não acho que por aqui esteja tão bem quanto estão querendo nos fazer acreditar porque estamos em época de eleições.
Que loucura!
“…continuo presa a esse ontem que insiste em não amanhecer. Estou em suspenso! Não fui e não voltei. Não parti e tampouco cheguei”, achei incrível, você expressou exatamente como me sinto, aliás como venho me sentindo já há alguns meses.
Momento delicado, estranho, novo. Ando confusa, uma mistura de esperança com desilusão…
Acho que nos cabe seguir acreditando, fazendo nossa parte e esperar pelo melhor (ou menos pior?) para os meses que virão.
Belo texto, Lunna!
Abraço e muita saúde 💋🌺💕
Grata pela visita cara Gabriela… você tem razão, temos que fazer a nossa parte e encontrar um meio de superar essa loucura. bacio