Quem me conhece sabe do enorme apreço que tenho por casarões antigos e quando os descubro no meio do passo… Empaco! Gasto um bom par de minutos a observar os detalhes que saltam para dentro dos meus olhos.
Esse — da fotografia — eu descobri durante as minhas andanças pelo velho bairro da Bela Vista — ou Bixiga –, na região central de São Paulo.
O enorme imóvel estava em uso… transformado em estacionamento (mais um). Consegui autorização do atual-proprietário-inquilino — que alegou não ter contrato de locação ou arrendamento, afirmando estar apalavrado com o dono — para visitá-lo por dentro.
Um verdadeiro labirinto de escadas, corredores e cômodos insólitos, sem iluminação e com bastante infiltração. A água escorre pelas paredes e pinga do teto. Uma estrutura antiga, visivelmente condenada.
O prédio está tombado — o que significa dizer que foi abandonado a própria sorte e a qualquer momento será atingido por um incêndio que consumirá o que resta e será disputado por gingantes do setor imobiliário, que aproveitará para adquirir os demais imóveis…
Ao deixar o lugar… observei a fachada deteriorada e saquei o celular do bolso para um último registro. O conjunto — original — de venezianas na parte alta da estrutura atraiu a minha atenção e eu não consegui evitar pensar seu passado-desconhecido. Não sei se foi casa-fábrica… sei apenas o presente, em ruínas.
Fico tão triste ao presenciar edifícios belos e abandonados. Queris ser bem rica para comprar e restaurar cada um, dando destino melhor para eles.
Triste deixar um imóvel desse nesse estado. E ainda ser utilizado como estacionamento. Fico imaginando um espaço cultural, com exposições e atividades várias. Seria perfeito e estaria conservado. Aqui na Europa acontece muito de lugares assim serem transformados por artistas e aproveitados. Pena. Pena mesmo
Não fosse o calor imenso e que tu sofreria muito, iria adorar andar pela Rua do Meio aqui… há casarões lindíssimos, embora seja uma área perigosa e não me arrisco a ir lá fotografar. Preciso de uma companhia – mas Ita nunca pode – acho que tenho algumas fotos… grande maioria deles são centenários. Há um projeto do IPHAN para restaurá-los, mas há um grande empecilho que é os inventariantes, de famílias “tradicionais” que querem muito mais e mais.
Infelizmente.