Cara Primavera, você chegou no meio da tarde, não sei dizer o horário. Não reparei… ocupada que estava com os processos de vida-arte-mundo. Tudo anda tão estranho-esquisito, fora de lugar — às avessas. As estações-outras passaram por aqui, sem força-peso.
Sei quando chove porque esfria e quando faz sol porque as horas se amontoam pelos cantos da pele que acusa o cansaço provocado pelo mormaço. Os dias — cada vez mais quentes — estão amarrados a qualquer coisa de ausência. Perco-me com facilidade do calendário e tropeço nas horas.
Sei quando anoitece… como aconteceu há pouco. Ao olhar lá para fora, vi que as luzes se exibiam acesas nas janelas dos prédios. O seu primeiro (?) dia por aqui… foi de nuvens e uma fina garoa fez surgir guarda-chuvas pelas calçadas. O sol até insistiu… com seus raios coloridos. Durou pouco… o tempo de eu preparar uma xícara de chá…
Procurei por flores lá fora! — qualquer coisa de cor-aroma. Encontrei apenas a paisagem cinza e sem graça, com sons de reforma por toda a parte. Desisti! — fechei os olhos-janelas… e fui de encontro aos seus aromas, em outros tempos. Recordei um amanhecer! Eu tinha nove-dez anos… naquele dia, a casa despertou cheirando a flor de laranjeira. E o nosso café da manhã foi servido na mesa do quintal dos fundos, bem debaixo de uma árvore caprichosamente pintada de flores.
Você era a estação favorita daquela casa. C, comprava maços de flores e os espalhava pelos cômodos. Azuis para o meu quarto. Amarelas para a sala. Brancas para a varanda. Vermelhas para a cozinha e para o escritório do babo. Para ela… as liláses — pequenos maços de alfazemas.
Mas, ao retornar de lá, minha cara Primavera… percebo que sigo sem saber das flores e dos caminhos que abrem as estações.
Seja bem-vinda! Espero que se esparrame por aí e traga qualquer coisa de flor para as ruas dessa cidade tão-cinza, carente de ventos e chuvas! Se puder trovejar, serei grata!
Aqui eu vejo alguns indícios de primavera, mas ainda não sei que estação está mim, não sei se é outono, se é verão… O tempo passa descompassado por mim, mas ainda me encontro… rs…
O tempo e as flores cuidarão disso…
Saudades de você…
Beijos
E hoje ao passar pela Praça da Liberdade (MG), lembrei de você ao ver um canteiro imenso de margaridas que desabrocham vagarosamente, e o canto dos pássaros em meio ao movimento da cidade.
Que a primavera venha com todo o seu encanto!
Beijos! =)
Sei que o vento irá levar estas folhas e entregar a melhor semente que poderia.
Existem coisas que apenas são reais no coração,
como códigos secretos feitos, criptografados preparados para enfrentar qualquer virús que impede o seu objetivo, isto parece muito com o outono.
BeijooO*
Pois aqui já sinto a Primavera chegando. É época agora dos ventos de setembro. Com eles, chega a Primavera. Eu amo a Primavera. Nem frio. Nem calor…
Que texto belíssimo, Lunna.
A fotografia está tão acolhedora, como se amparasse algum sentimento rebelde que teima por escapar.
Como disseram ai em cima:
“Que a primavera venha com todo o seu encanto!”.
Um beijo, querida.
Amei a foto!
Olha, ainda sinto tudo meio invernoso.
beijos, pedrita
Quero que ela traga cor e chuva da boa para melhorar nosso ar que respiramos e água em nossos reservatórios. Que traga um bocado de esperança também!
Aqui, a primavera insiste em existir quase sempre… e dessa vez, me trouxe os cachos azuis da hortênsia que tu tanto gosta.
Bacio