Essa é uma foto de arquivo… do tempo em que eu saía pela cidade com uma câmera em mãos. A encontrei ao vasculhar um dos meus cartões de memória. Sensação estranha. Eu sou uma pessoa adepta a modernidade. Não tive dificuldade em substituir minha velha máquina de escrever por um computador e outro e depois outro e mais outro.
Mas, eu acuso estranheza com algumas coisas… com esses cartões de memória, por exemplo… que acabam esquecidos dentro de alguma caixa. Esse estava atado na câmera, que ficou obsoleta desde que ganhei um moderno celular chinês Xiaomi.
Espetei o cartão no computador e pronto… lá estava as fotos de um velho casarão, feita no meio da década passada. Eu estava em fase de pesquisas e quem me conhece, sabe do meu hábito de encontrar casas que combinam com os meus personagens.
Em Vermelho por dentro era um casarão em Paris… em Lua de Papel uma velha casa em estilo inglês, em Moema e em Alice, uma casa em ruínas. Mas não foi essa que eu escolhi. Essa fachada foi a primeira de muitas que encontrei. Lembro-me que fiquei horas observando-a, aprendendo os seus detalhes, imaginando histórias.
Ficava na Rua das franceses, de frente a uma pousada… nas primeiras visitas, dava pra caminhar entre as ruínas, sentir as paredes. Dias depois, ergueram um muro e instalaram uma cerca elétrica. Não era possível alguém habitar aquele espaço. Talvez para sexo ou drogas… as pessoas gostam de improvisar cenários.



Na última vez que visitei minha terra fiquei impressionada com a quantidade de casas urbanas com cercas elétricas.
Eu me assusta no começo, cara mia… hoje acho estranho não ver aqueles arames enrolados e elitrificados. Acredita que até em prédios há tal coisa?