Há pouco, ao olhar pela janela, presenciei uma cena agradável entre um cão e o seu humano de estimação… conversavam os dois. O cão estava sentado, enquanto o humano reprovava a atitude do animal de quatro patas. Algumas pessoas em suas rotinas de volta para casa, numa quasenoite, passavam pelos dois e faziam sinais de reprovação com a cabeça.
Da varanda… comecei a rir ao recordar um fim de tarde de outono em que depois de escrever um texto, saímos eu e o Patrick — um cão da raça boxer — para um passeio até a praça. Ele fazia uma enorme festa ao ser chamado para ir à rua. Saltava, latia, dava giros e, às vezes, corria pelos cômodos da casa até a porta ser aberta.
Nunca gritei com ele ou precisei repreendê-los… mas tivemos muitas conversas que sempre funcionavam. Com o Marco a coisa era diferente… Ele precisava falar mais alto e ser rude. Patrick nem sempre o atendia. Comigo bastava dizer “não” e ele entendia.
Pois bem, ao voltar do passeio, sentamos nas escadas — na frente da casa — para limpar suas patinhas e aproveitei para avisá-lo que não poderia levantar a patinha traseira e fazer fazer xixi nos meus antúrios…
E ele lá, sentado, dando a patinha para ser limpa e atento ao que dizia. Eis que no meio do nosso diálogo, surge um cidadão — incomodado com o que presenciava — e diz: ele é apenas um cão e não entende patavinas do que está falando. Só esta perdendo o seu tempo e amanhã terá que dar umas boas palmadas nesse safado.
O cão e eu olhamos para o estranho intrometido, medindo suas feições, gestos, falas e após rotulá-lo como humano desnecessário… voltamos a nos olhar novamente num sincronismo perfeito, típico de nós dois.
E eu não sei quem rosnou mais alto: eu ou ele… Mas o Patrick desceu os lances de escadas e foi para o portão latir grosso para o humano tolo. Tamanho foi o susto que o infeliz deu um pulo para trás e desapareceu da nossa frente, levando seu inconformismo para bem longe…
E o Patrick — todo satisfeito — voltou a se sentar ao meu lado. Deu a outra patinha para ser higienizada e nós dois sorrimos. Eu ainda tive um momento-felícia… o abracei bem forte, apertando-o gostoso. Eu era a única que ele permitia fazer tal coisa. Qualquer outro humano que tentasse… sabia que corria perigo ou não tinha amor a pernas-braços.
Continuamos o nosso diálogo sem outras interrupções… e Patrick nunca mais voltou a fazer xixi nos meus antúrios.
Lunna, cães não falam mas dizem muito.
Adorei este teu diálogo com o Patrick, e a cumplicidade que existia entre vocês.
Estes bichinhos realmente trazem muito para nossas vidas.
Beijos.
Lunna,
Estas histórias despertam a vontade de ter novamente um cãozinho…
Quem tem animal sabe que a comunicação acontece naturalmente.
Hoje em dia, sem cão, converso com minhas plantas…
beijo, menina
kakakkakka, quem disse que ele nao entende? Quem nao entende é o bicho homem, que pelo tempo que fala já deveria ter evoluido muito mais.
Um beijao caríssima, rs.
Não tenho cachorro, gato, peixe… e não faço parte do grupinho que acha que cachorro é igual a filho. Acho muito triste isso, sim. É uma carência. Cachorro, gato são bichos e não ocupam o lugar de um ser humano. E concordo com o rapaz que o seu cachorro assustou, ele não entende você. Mas você quer realmente acreditar nisso, então.
Olá!
Amei o texto, não falam em palavras mas tem expressões que são mais que palavras e com o tempo a gente entende super bem.
beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Lunna! Estou visitando seu site pela primeira vez, vi o link no IG e estou aqui a ler seus textos. Achei bastante interessante a sua escrita e fiquei muito interessada no seu livro Profissão escritora. Vi que tem outros, né?
Gostei muitissimo desse post, por isso escolhi comentar aqui. Adorei a parte que o seu cachorro colocou o estranho para correr. Eu acho que muitas vezes os animais nos entendem melhor do que muita gente.
bjs
Que lindo o Patrick!
Eu também falo com a Flora (ela já tem onze anos) e ela me entende e fala comigo também. Fico com pena daquelas pessoas que não tem um amigo cão por perto e também daquelas (conheço muitas) que tratam o cão com displicência, sem afeto…
Nota 10 para aquela propaganda que diz “cachorro é tudo de bom”.
Beijos meus e da Flora.
Bem, eles podem não falar com o aparelho vocal, mas dizem tudo com seus gestos e comportamento! E tá cheio de gente por aih, que fala e não diz nada que se aproveite (aliás, como esse seu vizinho…)
Eu tenho um chinchila e nos entendemos muito bem!
Até os peixes de aquário respondem às nossas intervenções!
Abraços
Hua, kkk, ha, ha, as vezes, os nossos animais são os nossos verdadeiros amigos…
Fique com Deus, menina Luna.
Um abraço.
Eu tenho várias conversas com minha gata, mas ela me ignora, uma completa rebelde!
Fui guardando alguns posts antigos seus porque queria viver dentro deles. Você sabe que nessa semana, Lauro viria e fiquei a imaginar Yoshi com ele. Yoshi, talvez, seja o que mais sentiu a ida dele. Quando Lauro abriu o portão e entrou quintal afora, vi a cena mais linda. Diálogos entre eles madrugada afora. Lolla era mais aconchego, mas Yoshi, parecia que cobrava o tanto de tempo longe. Parecia que ele contava tudo que havia vivido e o mais legal é que parecia que Lauro entendia. Meu coração se encheu de alegria ao espiar pelas frestas, a conversa deles.
Grazie por isso!