Agosto não passa e invade outros meses…
setembro, avançando por outubro
e alcançando novembro.
Caio Fernando Abreu
Antigamente eu arrancava a folha do calendário e a amassava para ouvir o som do papel deformando sob o efeito de um gesto-rude-meu. Mas, faz tempo que não uso calendário, nem folhinhas. Apenas os dias da agenda, seguindo o curso de dias-semanas-meses.
Uma coisa me intriga: eu não sei dizer o que aconteceu com o mês de agosto… Era um dos meus preferidos. Dias mais lentos-inteiros-preguiçosos. Um caminhar agradável pelos lugares dourados de sol. Eu conseguia contar um a um os seus dias… E o final do mês era uma espécie de ano novo, cheirando a caixa de lápis de cor e cadernos novos…
Gostava imenso da sensação que ficava na superfície da pele. Nos primeiros dias, de volta a casa, eu sentia falta do som do carrilhão cantarolando as primeiras horas da manhã. Da mesa posta para o café da manhã, na cozinha, com a porta aberta para aquele mundo que era tão nosso durante o verão. Das conversas de fim de noite, entrecortadas por risos contidos por travesseiros… para não nos denunciar. Adormecíamos no meio das frases — ditas de maneira mecânica, sem certezas.
Hoje eu sei que muitas de minhas histórias começaram a surgir dentro daqueles dias de agosto. Mas, isso foi ontem porque o que tenho aqui me causa uma estranha sensação indecifrável. Não sei se o que sinto é desconforto ou cansaço. Os dias parecem amarrados no passo que não percorrem calçadas irregulares, ruas de asfalto ou esquinas com árvores estrangeiras.
Tudo está diferente! A começar pela escrita que durante o verão da minha infância ficava para depois. Agora é um exercitar diário… porque temos o B.E.D.A.
Agosto [entre tantas coisas] é o mês do B.E.B.A
e eu terei companhia nessa aventura diária:
Mariana Gouveia – Obdúlio Nunes Ortega – Suzana Martins
Darlene Regina – Mãe Literatura – Alê Helga
Sempre tive certa antipatia pelo mês de Agosto e sua falta de feriados hehehe mas nunca cheguei a acreditar que fosse um mês “do desgosto”.
E vamos de BEDA!
Também não gostava deste mês sem feriado… era longo demais. Mas seguia e via que sempre foi bom demais… Vamos de BREDA!