As ruas de Buenos Aires | já são minhas entranhas.Não as ávidas ruas | incômodas de turba e de agitação,mas as ruas entediadas do bairro, quase invisíveis Jorge Luiz Borges Caro Obdulio, Saí para caminhar pelas ruas, há pouco! Precisava ir ao mercado — algo que ensaiei fazer durante a semana, mas fui postergando. NãoContinuar lendo “45 — Um elogio à sombra”
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10 — das minhas insanidades
O real veste nova realidade, a linguagem encontra seu motivo até mesmo nos lances de silêncio. A explicação rompe das nuvens, das águas, das mais vagas circunstâncias: Não sou eu, sou o Outro que em mim procurava seu destino. Em outro alguém estou nascendo. A minha festa, o meu nascer poreja a cada instante emContinuar lendo “10 — das minhas insanidades”
Dia de ir as compras
Não gosto de ir ao supermercado para fazer compras — principalmente aos sábados, porque parece ser o dia favorito de pessoas estranhas — ávidas por cuidar da vida alheia ao fazer suas compras… sem listas e no menor tempo possível. As filas são quilométricas e a impaciência impera nos movimentos das figuras que empurram seusContinuar lendo “Dia de ir as compras”
44 – Questões há na realidade, que nunca devem ser respondidas
Marco, Soube há pouco que o inverno chegou cedo; eu estava acordada na hora anunciada. Perdi o sono dentro da madrugada e vim para a sala ler o meu septum porque depois de folhear reticências nos últimos dias de outono, dentro desse mês que é seu-meu-nosso, precisava revisitar-me em outras datas-estações. E ao virar aContinuar lendo “44 – Questões há na realidade, que nunca devem ser respondidas”
Não perca o seu olhar estrangeiro
em ruínas Saímos para andar pelo bairro com suas ruas para baixo entrecortadas por inúmeras vielas e acabamos nos perdendo dos passos e dos caminhos… foi quando avistei essa construção. O muro foi o que me chamou a atenção. E como o portão estava entreaberto, espiei o lado de dentro e avistei o queContinuar lendo “Não perca o seu olhar estrangeiro”
43 — Praticamos o nosso modo coffee talk
Meu caro, Viajei no tempo e espaço durante a nossa conversa, no meio da tarde, quando fugi para a cozinha a fim de combinar ingredientes e te surpreender com aromas. Você chegou antes… com a desculpa de sempre: lavar a louça. Eu gosto imenso quando chega-fica… e fala de coisas suas, como se enroscasse asContinuar lendo “43 — Praticamos o nosso modo coffee talk”
9 — das minhas insanidades
Deixa-me adormecer e não perguntes nada. O mundo foi alheio e a vida foi comprida nos seus desenganos de coisa perdida. Alberto de Lacerda — vamos na mesma direção! — anunciou W., ao passar por mim, com seu guarda-chuva preto. Respirei fundo e sorri. Pretendia apenas agradecer, mas não tive tempo. Sua mão foi maisContinuar lendo “9 — das minhas insanidades”
12 | Le cousine di Lunna…
A primeira coisa que faço ao procurar por uma casa… é espiar os contornos da cozinha, por ser a parte da casa onde meu corpo precisa se acomodar. No quarto eu me abandono de qualquer jeito… é o lugar da cama-colchão-travesseiro-armário-edredom e eu não do tipo que gosta de dormir. Sou aquela que acusa cansaçoContinuar lendo “12 | Le cousine di Lunna…”
Olhar estrangeiro
Boulevard São Bento Fiz essa foto com uma câmera nikkon usando filme preto e branco… durante um passeio pelo centro velho de São Paulo… apontava a câmera para todas as direções e flagrei esse caminhar solitário numa manhã de domingo de inverno. Encontrei a fotografia que foi revelada em uma dessas casas antigas numa dasContinuar lendo “Olhar estrangeiro”
8 — das minhas insanidades
Enquanto esperava pelo ônibus no ponto da Avenida Ibirapuera media a ansiedade que atravessava meu íntimo. Ao meu lado aconteciam figuras indômitas, a viver a pressa comum de um final de tarde… todos abstraídos por uma realidade estranha: a tela de seus smartphones… Sai apressada do café entre esquinas, levando comigo os últimos goles deContinuar lendo “8 — das minhas insanidades”