Uma mesa com papéis, livros e uma lareira imaginária

São Paulo, final de tarde… começo de noite! Caríssima Mariana, Eu me lembrei de ti, há pouco… ao ver sol insistir por entre densas nuvens de chuva, com seus raios opacos a caramelizar a fachada dos prédios empilhados um por cima dos outros. Deram cores novas para um deles… E eu ainda olho lá paraContinuar lendo “Uma mesa com papéis, livros e uma lareira imaginária”

01 / 365… 2023

Caro 2023, Escolhi os tomates pouco depois das dez. Ainda era trinta de um de dezembro. E ao cortá-los para o molho, comecei a pensar nos anos que se foram e me trouxeram até aqui. Não me demorei em nada. Foi ligeiro… como o mergulho de uma gaivota em águas marítimas. Depois de uma últimaContinuar lendo “01 / 365… 2023”

Sampa em dia de ausência

Cara Flávia, O dia amanheceu cinza… E os tons variam de um lugar para o outro. Mais escuro — mais claro, esbranquiçado. Cinza nuvens num céu encoberto com o sol tentando brilhar. Cinza vento nas folhas das árvores e nas cortinas das janelas. E o cinza das Alamedas — embriagadas pelo ontem, que não respeitaContinuar lendo “Sampa em dia de ausência”

Sampa em dias de nuvens,

Caríssima Nirlei, O sol insiste lá fora e as nuvens também — preparei uma xícara de chá e estou naquele intervalo sagrado… Antes do primeiro gole. Gosto desse tempo, apenas meu. Uma espécie de hiato: aurora e crepúsculo. Eu prefiro o cair da tarde. Lembra Tom e seu “passarim” que quis voar… Sou uma criaturaContinuar lendo “Sampa em dias de nuvens,”

Sampa, em dia de trovões…

Cara Zilvania Escrevo-te pela primeira vez, o que me fez recordar certos rituais. Eu troquei correspondência por muito tempo. Mas foi a partir dos nove anos que os envelopes — confeccionados por mim — passaram a ter selo e endereços de outras pessoas — de todos os cantos do mundo. Antes disso, tive uma únicaContinuar lendo “Sampa, em dia de trovões…”

Nesse primeiro de julho, escrevo-te…

Cara Mariana, passei o dia conversando com os dias de julho, como se fosse uma coisa futura, para daqui a pouco ou depois de amanhã. Nem mesmo olhei para o calendário, apenas fui lendo linhas inteiras e preparando a jornada dos dias que virão.  No meio da tarde, repeti sem muita convicção: hoje é sextaContinuar lendo “Nesse primeiro de julho, escrevo-te…”

46 — Tenho uma almofada feita de “memories”

São Paulo, Alto da Lapa, fim de tarde… Ano 2012 Cara Suzana, escrevo-te a bordo de uma tarde de sol e ao olhar para o céu, por entre os galhos da jabuticabeira e os telhados vermelhos das casas que me cercam… percebo pequenos chumaços de algodão passeando ao gosto do vento. Alguns chamam de nuvensContinuar lendo “46 — Tenho uma almofada feita de “memories””

43 — Praticamos o nosso modo coffee talk

Meu caro, Viajei no tempo e espaço durante a nossa conversa, no meio da tarde, quando fugi para a cozinha a fim de combinar ingredientes e te surpreender com aromas. Você chegou antes… com a desculpa de sempre: lavar a louça. Eu gosto imenso quando chega-fica… e fala de coisas suas, como se enroscasse asContinuar lendo “43 — Praticamos o nosso modo coffee talk”

37 — Cultivo regularmente as minhas memórias

São Paulo, Biblioteca Mário de Andrade, meio de tarde… ano 2003. Caríssimo, Meio de tarde, parte de um todo. Um pouco de nada – muito de tudo. Estou cá, ocupando uma das mesas desse espaço contraditório  que leva o nome do homem que me conquistou com sua louvação da tarde, no final do ano de milContinuar lendo “37 — Cultivo regularmente as minhas memórias”

36 — E lá se foi a minha hipótese de paz…

Cara mia, Adormeci com o livro de Borges — o outro, o mesmo — em mãos… e, não sei se sonhei com as ruas de paralelepípedos do velho bairro portenho e suas avenidas Santa Fé, Córdoba, Scalabrini Ortiz, que misturam aromas, cores e sabores… ou se migrei — como fazem os pássaros — para lá,Continuar lendo “36 — E lá se foi a minha hipótese de paz…”