Fotografia feita com a luz da tarde de maio… com ventos a trazer nuvens e nada de trovão É sempre no meu sempre aquele nuncaé sempre nesse nunca aquele agoraé sempre nesse agora aquele nada no mesmo nada encontro sempre tudomesmo se o mundo é nada sempre assimmesmo se assim tudo me desperta e euContinuar lendo “Sou feita de ausências”
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BEDA | Carrinho de pipocas…
Enquanto trabalhava o primeiro capítulo do meu romance, entre pequenos goles de uma bebida gelada, espiei a alameda com seus poucos movimentos matinais. A única árvore na calçada floresceu, em pleno verão, pintando o cenário com suas pequenas flores lilases… Uma farfalla passeava pelo cenário e outra e mais outra, de cores diferentes. Algumas pessoasContinuar lendo “BEDA | Carrinho de pipocas…”
BEDA | Ai vai minha resposta…
Cara Suzana, ao ler-te… viajei nos versos e na minha matéria. like always. Quantas vezes, os nossos textos enroscavam-se uns nos outros, misturando-se? Uma espécie de prosa que levava a cantos da memória, da pele, da alma — um escape da realidade. Dessa vez não foi diferente. Lembrei-me dos versos poderosos de Emily Dickinson. AtéContinuar lendo “BEDA | Ai vai minha resposta…”
Aos cuidados do meio-dia…
Coloquei a água no fogo e comecei a separar as folhas de hortelã. Aroma delicado de folha verde no Ar. Fechei os olhos e voltei algumas casas, como naquele jogo da infância em que se joga o dado e avança o peão. Vez ou outra, o tabuleiro manda você recuar não sei quantas casas. EuContinuar lendo “Aos cuidados do meio-dia…”
* Coração transplantado procurando resquícios do que já foi humano
* Lua Souza (estratosférica) Uma das coisas que marcou a minha infância foi o sumiço da menina no Parque — que chegou à cidade e começou a semear seus brinquedos… numa área livre. Uma das últimas, na vila em que morava. Em dois dias de trabalho, brotaram do chão: roda gigante, carrossel, xícaras malucas, carrinhoContinuar lendo “* Coração transplantado procurando resquícios do que já foi humano”
* me despi de tudo desisti do arrependimento faria tudo de novo
* Adriana Aneli (o sol da tarde) Ler Susan Sontag me faz viajar por um mundo que não é meu… mas é como se eu fosse um asteróide a vagar no espaço e, de repente, entramos em rota de colisão. Gosto imenso de traçar paralelos entre as nossas vivências. Somos figuras tão diferentes. Ela gostavaContinuar lendo “* me despi de tudo desisti do arrependimento faria tudo de novo”
Somos o círculo das mulheres-loucas que se sentam no salão do hospício
Cara Llansol, Como fez calor neste dia. Tudo — das paredes ao asfalto — ardia num insuportável dourado… de queimar a retina e incomodar músculos e nervos desacostumados ao calor dos trópicos. Os termômetros das ruas anunciavam os seus quase trinta graus e eu me senti no próprio deserto… a marchar sem sombra, a perder asContinuar lendo “Somos o círculo das mulheres-loucas que se sentam no salão do hospício “
Guardo-te na caixa dos segredos como se joia fosse… espio-te com lupas microscópicas
* Mariana Gouveia (o lado de dentro) Ele tinha belos olhos castanhos, agudos… os cabelos dourados de sol e o mais belo dos sorrisos. A., era um menino quieto, de poucas falas e, gentil… como poucos meninos sabem ser. Nos encontramos em sala de aula… dividimos a mesma mesa e trocamos olhares enviesados-rápidos seguido porContinuar lendo “Guardo-te na caixa dos segredos como se joia fosse… espio-te com lupas microscópicas”
A criança que eu fui…
Sai para caminhar com o cão e me deparei com um signore levando uma criança — sua neta, penso eu — para um passeio matinal. Senti pincelar a pele com um dourado aquecido-gostoso e quase me esqueci que havia chovido a noite toda. Eu fui uma criança quieta — segundo as minhas lendas pessoais eContinuar lendo “A criança que eu fui…”
Mais um ontem colecionável
Nove e vinte e sete. É noite. Janela aberta. Cama desfeita. Xícara de chá em mãos. É primavera, segundo o calendário. Mas a minha alma só sabe falar-me do inverno. Ouço o som do carrilhão ressoar do ontem e a pele reage, com um arrepio que percorre toda a extensão do meu corpo. Respiro fundo.Continuar lendo “Mais um ontem colecionável”