Sampa… depois da tempestade,

Caríssima Roseli, Coloquei a chaleira no fogo nessa primeira hora. Quase sete. Manhã de Primavera. Quinta-feira — dia de fazer bolo. É assim desde a infância — coisa de C., e seus rituais particulares. Desconfio que a maneira que ela encontrou para me posicionar nos dias da semana. O sol chegou a minha varanda, masContinuar lendo “Sampa… depois da tempestade,”

Manhã de nuvens…

Cara Rozana, Choveu há pouco. Mais uma Tempestade de Novembro. Chegou silenciosa e mansa — sem fazer alardes. Mas eu senti em cada músculo e nervo de meu corpo. Desde pequena que eu sinto as Tempestade na pele, por dentro e por fora. Vibro com os trovões, os relâmpagos e com os raios. Alguma coisaContinuar lendo “Manhã de nuvens…”

Sampa em dias de nuvens,

Caríssima Nirlei, O sol insiste lá fora e as nuvens também — preparei uma xícara de chá e estou naquele intervalo sagrado… Antes do primeiro gole. Gosto desse tempo, apenas meu. Uma espécie de hiato: aurora e crepúsculo. Eu prefiro o cair da tarde. Lembra Tom e seu “passarim” que quis voar… Sou uma criaturaContinuar lendo “Sampa em dias de nuvens,”

Sampa, em dia de trovões…

Cara Zilvania Escrevo-te pela primeira vez, o que me fez recordar certos rituais. Eu troquei correspondência por muito tempo. Mas foi a partir dos nove anos que os envelopes — confeccionados por mim — passaram a ter selo e endereços de outras pessoas — de todos os cantos do mundo. Antes disso, tive uma únicaContinuar lendo “Sampa, em dia de trovões…”

* todas as madrugadas, nos limites da solidão.

* Suzana Martins, As Estações Cara Suzana, Leio-te nessa hora última e embriago-me com tuas linhas, que traduzem o meu interior, onde é noite-madrugada. Não amanhece nas paredes do meu corpo. A memória, às vezes, encena qualquer coisa de autora — semelhante às brumas londrinas ou as neblinas paulistanas. Mas eu gosto é do cairContinuar lendo “* todas as madrugadas, nos limites da solidão.”

* Alguns fantasmas são mulheres

* poesia de Anne Sexton Cara Lady Sexton, Novembro vai chegando ao fim e estou vivendo um turbilhão de emoções nos últimos dias. Recordando pessoas-lugares… Hoje, recordei as viagens de trem — o que serviu para provocar um eclipse em minha pele. Visitei as paisagens em movimento. Senti o solavanco dos trilhos e os espasmos de certasContinuar lendo “* Alguns fantasmas são mulheres”

* A carta foi escrita com os espinhos que ninguém plantou.

* Mariana Gouveia, As Estações Em 1991 eu completei dez anos — minha primeira década de vida. Foi um ano maluco… de transições. Eu precisei escrever uma carta para o meu futuro, que naquele ano estava personificado na figura de um homem sisudo, farto de carnes e com um linguajar engessado. Enquanto eu o ouvia,Continuar lendo “* A carta foi escrita com os espinhos que ninguém plantou.”

6 ON 6  | MISS you

Ela me disse, num sem fôlego, ao escrever-me de seu canto de mundo-vida… acho a palavra carta tão ordinária. E eu lhe respondi dias depois em meio a um sorriso cheio… “prefiro missiva porque tem cor-som-aroma — todos os ingredientes necessários para estimular o meu imaginário… Por se parecer com um pombo (treinado e adestradoContinuar lendo 6 ON 6  | MISS you

18 |  Deixa o coração se apaixonar pelas paisagens

Cara Roseli, Passei a noite com os olhos a piscar realidades… Vigiei a tela da televisão. De filme em filme… fui saltando para cá e para lá, sem me apegar a nada. Vez ou outra, o olhar se voltava para dentro e ficava por lá, a vigiar outros dias-semanas-meses, sem pousar em nada. Sabe aquelaContinuar lendo “18 |  Deixa o coração se apaixonar pelas paisagens”

11 |  As horas estão escritas num futuro impossível

Cara mia, Despertei há pouco, por volta das quatro horas de uma madrugada escura. Não me lembrava de ter adormecido… é assim quando adormeço sem a ciência de tê-lo feito. Acordo repentinamente… e dou pela casa às escuras e o corpo em suspenso. Demoro a me acostumar com as figuras em minha volta. Pareço uma sonâmbulaContinuar lendo “11 |  As horas estão escritas num futuro impossível”