Coloquei a água no fogo e comecei a separar as folhas de hortelã. Aroma delicado de folha verde no Ar. Fechei os olhos e voltei algumas casas, como naquele jogo da infância em que se joga o dado e avança o peão. Vez ou outra, o tabuleiro manda você recuar não sei quantas casas. EuContinuar lendo “Aos cuidados do meio-dia…”
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hoje dei por mim e estava feliz
Meio dia no relógio dos homens e chove lá fora… Novembro é assim mesmo pra mim. Chove todos os dias – uns mais que os outros. Mas chove… Os guarda chuvas desfilam pelas calçadas, atravessam ruas, enroscam-se uns nos outros. Uns vão mais rápidos… Outros mais lentos. Chove… Às vezes, pela manhã! E quando pensoContinuar lendo “hoje dei por mim e estava feliz”
* Aprendi com as palavras o que eu não consegui com as asas: voar!
* Suzana Martins (In)Versus Eu sou uma criatura silenciosa — não gosto de barulhos e de sons infernais. Na infância eu sofria horrores com o grito das outras crianças. Até hoje me incomoda. Reverbera por todos os cantos da pele-alma… E repito certos gestos: fecho os olhos ou removo os óculos — que aprendi comContinuar lendo “* Aprendi com as palavras o que eu não consegui com as asas: voar!”
* Alguns fantasmas são mulheres
* poesia de Anne Sexton Cara Lady Sexton, Novembro vai chegando ao fim e estou vivendo um turbilhão de emoções nos últimos dias. Recordando pessoas-lugares… Hoje, recordei as viagens de trem — o que serviu para provocar um eclipse em minha pele. Visitei as paisagens em movimento. Senti o solavanco dos trilhos e os espasmos de certasContinuar lendo “* Alguns fantasmas são mulheres”
* Entalhadas nas nervuras do corpo ser — semente — flor
* Nirlei Maria Oliveira, As estações Ao observar a paisagem urbana que chega a minha varanda no meio da manhã de hoje, lembrei da primeira vez que sentei para escrever uma história… Eu abri um caderno em sala de aula… e corri o grafite pelas linhas — sem compromisso algum com regras literárias. Escrevi por escrever somente — umaContinuar lendo “* Entalhadas nas nervuras do corpo ser — semente — flor”
* E mil orações aos céus para a vida apagar de uma vez
* Flávia Côrtes, As Estações Enquanto aguardava pela infusão do chá… Olhei em volta e dei pelo silêncio dos cômodos. O canto do sofá à minha espera. O caos na minha mesa de trabalho e a disciplina da cozinha. Tudo em ordem… Respirei fundo, sentindo o aroma do mate no ar e comecei a escreverContinuar lendo “* E mil orações aos céus para a vida apagar de uma vez”
* as memórias ficam suspensas dentro de mim
* Mariana Gouveia, As Estações Hoje eu acordei com vontade de sentar no canto do sofá e ler uma boa história… ser apenas leitora. Olhei para a prateleira e espiei os meus títulos. Alguns ainda por ler. Gostei de saber que Isabel Allende doa os livros após a leitura e mantêm apenas uma coleção deContinuar lendo “* as memórias ficam suspensas dentro de mim”
* Nenhuma das chaves que possuía podia decifrar os segredos dos [invisíveis] cadeados
* Flávia Côrtes, As Estações Não sou o tipo de pessoa que prepara a mesa, a casa, os pratos… Gosto de arrastar a criatura — que aceita o meu convite — para a cozinha, onde combinarei todos os elementos. Não tenho toalha de linho-antigo com não sei quantos fios. Gosto da textura da madeira daContinuar lendo “* Nenhuma das chaves que possuía podia decifrar os segredos dos [invisíveis] cadeados”
* A carta foi escrita com os espinhos que ninguém plantou.
* Mariana Gouveia, As Estações Em 1991 eu completei dez anos — minha primeira década de vida. Foi um ano maluco… de transições. Eu precisei escrever uma carta para o meu futuro, que naquele ano estava personificado na figura de um homem sisudo, farto de carnes e com um linguajar engessado. Enquanto eu o ouvia,Continuar lendo “* A carta foi escrita com os espinhos que ninguém plantou.”
* O mundo parou ali onde dói a alma e onde o silêncio é apenas aquele eco que invade os meus ouvidos surdos
* Suzana Martins (In)Versus Abandonei o corpo no canto do sofá… e assisti a noite se esparramar por cima de tudo, com suas sombras embriagadas. A dog veio procurar afagos… aconchegando-se ao meu lado, oferecendo-se ao toque e eu aproveitei para ter uma conversa-muda com ela.. Falei da minha decisão. Ouvir a minha própria voz…Continuar lendo “* O mundo parou ali onde dói a alma e onde o silêncio é apenas aquele eco que invade os meus ouvidos surdos”