Caríssima A., Acordei dentro do breu — ainda madrugada — com o silêncio das alamedas. Que vontade de ir lá para fora… apenas com a roupa do corpo — sem proteções e medos. Ainda não consegui me desvencilhar de certos receios: tenho consciência de que não deixarei de usar máscaras tão cedo, por mais queContinuar lendo “09 — Reencontrada em lugares inesperados”
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Sábado, fim de tarde…
Começamos a empacotar as coisas para levar de um apartamento ao outro, numa manhã de segunda-feira. Aconteceu poucos dias antes do mundo entrar em colapso. Tínhamos lido as notícias do mundo, mas era tudo tão distante. Não nos preocupamos. Estávamos ocupados com os nossos planos-futuros. Tanto por fazer. Os dias contados. Tudo era véspera naquelesContinuar lendo “Sábado, fim de tarde…”
Um ano depois…
Eu não sou uma pessoa de somas, mas a contagem dos dias-semanas-meses-um-ano-inteiro… me deixou em suspenso nos últimos dias, a calcular rotas-distâncias. A procurar por algo onde pousar o olhar e me sentir na condição de Álvaro de Campos a rascunhar um soneto. Meu coração é um almirante louco que abandonou a profissão — éContinuar lendo “Um ano depois…”
Um poema para essa sexta-santa
Estes tempos de pandemia são prosaicos, mais lentos e um tico aborrecidos. As notícias se repetem e qualquer roda de conversa versa a respeito do invisível… enfatizando a nossa proximidade com o vírus. Se em um tempo anterior, os números eram somas impossíveis-estranhas-distantes — os nomes de pessoas próximas-conhecidas-parentes-amigas se agigantam numa lista que nãoContinuar lendo “Um poema para essa sexta-santa”
30 | Boa noite Eliot… até logo Abril!
Eu não sou de fazer somas, por isso não sei dizer-afirmar há quantos dias estou confinada. Olhei para os dedos das mãos e ensaiei uma soma qualquer, mas não sou boa com isso também. Alguma coisa sempre me distrai e eu me perco em devaneios. Eu gostava da matemática quando era coisa simples… somas eContinuar lendo “30 | Boa noite Eliot… até logo Abril!”