Cara M., Vim me sentar na varanda com alguns rascunhos antigos, em mãos. Xícara de chá ao lado e as janelas dos prédios da avenida com nome de pássaro como cenário. Há poucas luzes acesas nessa noite de domingo. A maioria exibe um brilho típico de televisão acesa… Eu gosto imenso de perceber o passadoContinuar lendo “38 — Um tempo para anoitecer à luz de lâmpadas”
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35 — Não há outra verdade que se possa contar
Para M., Escrevo-te na primeira hora deste domingo-primeiro de abril… Tive um sonho agradável na noite que passou e acordei com vontade de sentir o chão debaixo dos meus pés. Nunca fui de andar descalça, como você. Incomoda-me sujar os pés. Mas, essa vontade floresceu em mim… Tem acontecido com certa frequência… vontade de água friaContinuar lendo “35 — Não há outra verdade que se possa contar”
O primeiro romance…
Na primeira vez em que me sentei diante da tela — depois de dizer em voz alta vou escrever um romance — abri o Word e fiquei a observar o branco da página. Alguém havia me dito que era o pesadelo da maioria dos escritores. Mas eu achei agradável. Havia qualquer coisa de paz eContinuar lendo “O primeiro romance…”
22 | * últimas coisas sem porquê, nem quando…
Faz algum tempo que eu sei que a minha memória é a grande vilã da minha realidade. Justamente eu que sempre tive preferência pelas vilãs dos filmes-livros. Torço por personagens erráticos, estranhos… que trava suas batalhas pessoais contra o sistema e os conceitos desde a infância — de alguma maneira eu compreendo suas imperfeições.Aprendi queContinuar lendo “22 | * últimas coisas sem porquê, nem quando…”
13 | Pessoas são personagens
Sai para andar a cidade e me equilibrar entre passos… rotina que se repete desde que a escrita passou a ser movimento dentro dos meus dias, em pares. Acabei no mesmo lugar de sempre — entre esquinas — a degustar do meu tradicional latte.Estava no segundo gole, quando os personagens do dia chegaram — três escritoresContinuar lendo “13 | Pessoas são personagens”
07 | A pessoa que não somos
“e eu sensível apenas ao papel e à esferográfica:à mão que me administra a alma”— Herberto Helder — Sai para andar calçadas, sem destino com lugares-espaços ou compromisso com a cidade. Era apenas eu, os meus passos e as coisas que trago dentro: personagens-tramas-enredos-canções-notas-para-daqui-a-pouco… e o desejo de ter em mãos um copo branco — venti — deContinuar lendo “07 | A pessoa que não somos”
Um episódio…
Gosto imenso de sair para caminhar antes do dia devolver todas as coisas aos seus devidos lugares porque a noite faz isso: transforma tudo em um borrão de tinta — difícil de limpar — no canto da mesa.Antes de se acender a manhã é possível apreciar os contornos suaves de ruas, avenidas, praças. As silhuetasContinuar lendo “Um episódio…”
Cenas Urbanas…
Seguia olhando para o chão, colhendo folhas — hábito antigo que preservo. A cada passo dado, eu meditava alguns dos meus versos favoritos de Cecília Meireles — tenho fases como a lua, fases que vão e que vem num secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para o meu uso. E ao levantar dos olhos,Continuar lendo “Cenas Urbanas…”