26 | s e g u n d a (última)

Neste estado não mundano em que me movimentoMinha Fe e Esperança são diabólica moeda correnteEm mundos falsificados, cunho pequenos donativosEm torno de mim, e troco minha alma por amor. Allen Ginsberg Dia quente. Segunda feira. Impossível dizer que o inverno se foi. O calendário diz que é primavera, desde o dia vinte e três. EContinuar lendo “26 | s e g u n d a (última)”

As estações das quais sou feita…

Há pouco eu vi uma folha desprender-se de uma árvore. Estava no meio do passo, com as mãos guardadas nos bolsos da calça. O pensamento ia a galope. Foi um voo lento… o último. Recordei um poema de miss Emily e cheguei a pensar em correr para recolhê-la em minhas mãos, antes que tocasse oContinuar lendo “As estações das quais sou feita…”

Papel em branco

Primavera/08 Sai às ruas para visitar essa pequena parte de São Paulo que tenho para mim… Ver as ruas, sentir os aromas é tudo que precisava hoje. As ruas exibem aromas inéditos. Hoje eu senti cheiro de bolo de laranja. Não sei de qual casa vinha. Espiei uma a uma. São muitas, uma depois daContinuar lendo “Papel em branco”

Outras primaveras

Hoje eu dei pela Primavera pela primeira vez esse ano… Estava a caminho da Starbucks da Alameda Santos. Embora tenah por hábito ir pela Avenida Paulista — optei por um caminho diferente. Não estava a fim de multidões. E como não tinha pressa de chegar, atrasei o passo e fui com a calma que a manhãContinuar lendo “Outras primaveras”

Aos cuidados de Martius,

Ciao caro Martius, Eu tentei me lembrar, ainda na primeira hora, de seus dias outros — sem muito sucesso. As notícias do mundo e suas guerras de ocasião não param de chegar e as muitas opiniões me fazem sentir como se estivesse de volta às salas de aula, com o professor F., de história apontandoContinuar lendo “Aos cuidados de Martius,”

08 — Ocupar o silêncio da casa

Cara mia, Anoiteceu aqui dentro, cara mia… mas não olhe para os ponteiros do relógio — que insistem em dizer outras horas que não as que trago dentro do peito. Mio cuore — convertido em carrilhão — discorda das horas do dia. Acostumado que está a dar de ombros para a teimosia de Cronos — deusContinuar lendo “08 — Ocupar o silêncio da casa”

À primavera, em mãos

Cara Primavera, você chegou no meio da tarde, não sei dizer o horário. Não reparei… ocupada que estava com os processos de vida-arte-mundo. Tudo anda tão estranho-esquisito, fora de lugar — às avessas. As estações-outras passaram por aqui, sem força-peso. Sei quando chove porque esfria e quando faz sol porque as horas se amontoam pelosContinuar lendo “À primavera, em mãos”

Sábado, fim de tarde…

Começamos a empacotar as coisas para levar de um apartamento ao outro, numa manhã de segunda-feira. Aconteceu poucos dias antes do mundo entrar em colapso. Tínhamos lido as notícias do mundo, mas era tudo tão distante. Não nos preocupamos. Estávamos ocupados com os nossos planos-futuros. Tanto por fazer. Os dias contados. Tudo era véspera naquelesContinuar lendo “Sábado, fim de tarde…”

6 on 6 | Equinócio

Faz algum tempo — vivendo em São Paulo —, que eu percebi que é impossível compreender as estações do ano. Percebi, no entanto, que existe qualquer coisa de satisfação por parte das pessoas — habitantes da metrópole —, em dizer em voz alta: em São Paulo temos as quatro estações do ano dentro de umContinuar lendo “6 on 6 | Equinócio”

Oração para esse dia em catarse

A mesa no canto estava a minha espera, mas eu optei por ir lá para fora enquanto aguardava pela bebida. Ocupei o lugar dela, repetindo certos gestos, tentando olhar através daqueles olhos castanhos claros-nublados de fumaça. Eu me distrai com as coisas de sempre-minhas… A esquina a dizer a pressa dos homens pautadas por vermelhoContinuar lendo “Oração para esse dia em catarse”