Acordei para uma manhã de poucos gestos. Tudo estava tão lento-vagaroso, não havia barulhos nos caminhos que se ofereciam aos meus pés. Foi estranho descer as ruas, virar a esquerda e seguir em direção a estação de trem — ocupando o meu lugar no vagão e presenciando paisagens inteiras sem ter por destino a casa da nonna. As distâncias de ontem não são mais as de hoje.
Fitei a paisagem em meio a solavancos no peito e senti que um sentimento arredio pulsava no lugar do cuore.
Seria mais fácil (simples?) não lembrar… esquecer os dias de ontem. Não sentir na pele o abraço do nonno na plataforma e não pensar na estação que rege a minha pele atualmente. Tudo se resume a duas palavras: mi manchi. É agosto-verão e o meu destino não é o mesmo de ontem… é outro: Coimbra! É tempo de voltar aos livros, as salas de aula para ar continuidade a minha jornada. Eu escolhi mudar o leme de direção e preciso me dedicar a isso… É apenas nisso que devo pensar. A consciência sabe. Mas a pele — arredia — não se importa e fica arrecadando velharias na memória.
Trouxe comigo um punhado de rascunhos para entreter a minha mente, meu corpo e alma… Por enquanto, estou na metade do caminho e não fez efeito. Cada leitura feita me leva de encontro a algo antigo-perdido no fundo de mim. E quando dou por mim, estou a abraçar o ontem, de novo.
Há pouco, me distraí com a paisagem que corre nas laterais do comboio. Ouvia Carpeenters e comecei a pensar na distancia que move o universo… O trem seguia com o seu percurso, combinando passado-presente e qualquer coisa de futuro. Eu ainda me lembro do nome das estações, que exibem o mesmo traço — impregnadas por todos os ontens que eu consigo alcançar. Eu sempre amei esse som de trilhos-rodas, a paisagem que se move pela janela e eu, que me movo com ela…
Nota. Eu nunca consegui fazer uma única coisa por vez. Sempre tive necessidade de me dedicar a coisas várias… Começo com uma coisa simples-comum-pequena e quando dou por mim… estou a fazer inúmeras ao mesmo tempo. Segue minha mais nova tentativa: dedicar-se única e exclusivamente a escrita de uma novela.
A distância que move o universo. Ou estamos perto ou estamos longe, um termômetro para as nossas aflições! (rs*) Vorrrrrrtei!! Boa viagem! Beijus, Luma
Tudo uma questão de se adaptar.Aos poucos os aprendizados virão.Bela reflexão.beijos minha amiga.=D
Aproveite bem e depois diga pra gente o que achou. Beijos e bom domingo!
“a saudade trouxe sorrisos a minha face… Estou ouvindo Carpeenters e pensando na distancia que move o universo… O trem segue seu percurso (lento e prazeroso). Sempre amei esse som de trilhos e rodas… A paisagem que não segue imóvel, se move pela janela e eu me movo com ela…”lunna… lunna…lunna…este trecho das estrada me faz sentir saudade de como sussurrei, falei, recitei, e cantei…lunna…lunna…lunn…um abraço e um sorriso!
Distância…O que é? Aquela que nos marca é sinônimo de saudade. A que é sinônimo de alívio parece menos importante. Dividir sentimentos me parece difícil…agora paro de sentir isto e vou sentir aquilo. Mas deve ser um privilégio dos poetas. Um beijo e uma linda semana.
Bom, menina!
Lunna, tuas visitas sempre são como um suspirar de estrelas e flores azuis lá em meu jardim:letras aladas que revelam a delicadeza de teu ser!…Lendo teu texto, pensei que também sou assim:jamais faço uma coisa de cada vez, mas sim, várias ao mesmo tempo – por exemplo, as pinturas: várias telas sempre nos cavaletes, esperando as carícias das pinceladas coloridas…Beijos, querida.
Eu devo dizer: bendito o trem que te trouxe até a mim… seja ele de asa, de roda ou de vento.
Achei uma ótima ideia